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THEODOR HERZL

VIDA

Húngaro de nascimento, e austríaco por naturalização, Theodor (Benyamin Zeev) Herzl era um típico intelectual vienense da segunda metade do século 19.

Nasceu no dia 2 de maio de 1860 e, apesar da distância que a família mantinha da religião, ele cumpriu a cerimônia de Bar Mitzvá. Anos depois, a família mudou-se para Viena, onde em 1884 formou-se em Direito.

Em 1890 nasceu sua primeira filha, Pauline, nome dado em memória da irmã que perdera, e, em seqüência, seu filho Hans, que não fez nem o Brit Milá.

Em Viena, de cada dez produções culturais e artísticas, nove eram assinadas por judeus. Nessa atmosfera, já preocupado com questões referentes ao anti-semitismo, Herzl decidiu que sua vocação se voltava para as letras e não para a advocacia, dando os primeiros passos no jornalismo.

INSPIRAÇÃO

            Herzl mudou-se para Paris, como correspondente do jornal “Neue Freie Presse”, e, nessa época, já tinha algumas criações apresentadas em Viena, Praga e Berlim. Começou então a escrever uma peça chamada “O Novo Gueto”, representando o que segundo ele seria um grande gueto em que se encontravam os judeus da Europa, com muros invisíveis e ao mesmo tempo tão sólidos que nenhum judeu podia atravessar.

            Em 1894 cobriu o processo de inspiração anti-semita contra o capitão Dreyfus, onde o que mais lhe preocupou foi a emergência de movimentos nacionalistas extremados em diversos países da Europa, movimentos que ameaçavam os judeus e que poderiam gerar perseguições e grandes levas de refugiados vindos da Europa Oriental.

O ESTADO JUDEU

            Theodor Herzl escreveu então um livro, intitulado O Estado Judeu, onde desenvolvia uma idéia muito antiga: a restauração do Estado Judeu. Curto e objetivo, o texto propunha a reconstituição de uma nação judaica, porém ele não a associou necessariamente com Sião nem especificou o hebraico como sua língua.

            O texto não propunha nenhuma idéia nova, já que outros escritores sionistas já haviam publicado livros semelhantes, e haviam grupos de sionistas organizados. No entanto, o “O Estado Judeu” caiu como um raio sobre os meios judaicos e não-judaicos. Por quê? Porque Herzl retirou o problema judaico de dentro da comunidade e levou-o para a consciência de todos, e, pela primeira vez, alguém denunciava o anti-semitismo de forma ampla e irrestrita. Uma dos principais meios, segundo Herzl, necessários para a criação do novo Estado, seria a formação de um congresso de representantes judeus reconhecido como porta-voz oficial do judaísmo mundial.

CONGRESSO SIONISTA

            Herzl ficou totalmente absorvido na tarefa de realizar seu plano. Em entrevistas privadas conseguiu encantar lordes por sua aparência grandiosa, mas não convenceu-os a apoiá-lo. Compreendeu então que sua única opção era recorrer as massas, e buscando sua organização imediata surgiu o “Sionismo Político”

            Em 29 de agosto de 1897 o Congresso Sionista reuniu-se na Basiléia, organizado e financiado por Herzl. Era a primeira assembléia oficial e mundial de judeus desde a diáspora. Centro e noventa delegados compareceram, representando judeus da Europa Oriental e Ocidental, da Inglaterra, América e Argélia – moços e velhos, ortodoxos e reformistas, capitalistas e socialistas.

            Durante o Congresso, criou-se a Organização Sionista Mundial, tendo Herzl como presidente, e adotou-se uma bandeira e um hino nacional, Hatikvá (Esperança).

            Estava decidido a conseguir uma carta que permitisse a colonização judaica na Palestina, dominada pelo Governo Turco,  e viajou para negociar com o Kaiser alemão Guilherme II, já que a Alemanha era a única aliada da Turquia na Europa. Este gostou das idéias de Herzl, pois era uma maneira de livrar-se dos judeus de seu território, porém não conseguiu nada de fato junto ao Sultão.

            Herzl tentou então entrar em contato com o Sultão, o que só foi possível subornando com grandes quantias de dinheiro os funcionários turcos. O Sultão aceitou que houvesse imigração judaica em troca do pagamento de toda dívida de seu país. Como Herzl não conseguiu juntar toda a quantia prometida, assim como acontecera com o Kaiser alemão, nada se concretizou.

            Apesar desses fracassos, de ano a ano aumentava o número de delegados que compareciam aos Congressos Sionistas. Já no Segundo Congresso, eles eram 400 e a representação da imprensa também foi maior. O movimento estava adquirindo reconhecimento mundial.

            Após o VI Congresso Sionista, mesmo muito doente seguiu trabalhando, o que agravou ainda mais sua gravíssima condição de saúde. Em 3 de julho de 1904, em conseqüência de um ataque de pneumonia, faleceu, com a idade de 44 anos. Seis mil judeus acompanharam-no ao túmulo, de luto por um herói nacional.

            Em 1949 os restos mortais de Herzl foram trazidos a Israel, e reenterrados numa elevação diante de Jerusalém que recebeu o nome de Monte Herzl.


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