História da Chazit Hanoar Porto Alegre

          Em janeiro de 1961, quatro integrantes da SIBRAJuvenil, de 15 a 18 anos, foram enviados a um acampamento de férias dirigido pelo então recém-formado Rabino norte-americano contratado pela Nueva Congregaciéon Israelita, NCI, de Buenos Aires. O encontro ocorreu em Laguna de los Padres, Mar del Plata, Argentina. Compareceram mais de cem jovens sul-americanos que, assim, conheceram a Chazit e tiveram oportunidade de elaborar um conceito sobre um movimento sionista que não priorizava a Aliá, emigração para Israel. Ênio Becker, Ruben Oliven, Sérgio Coster e Cláudio Wolff, poucos meses depois da viagem, fundaram esse movimento juvenil em Porto Alegre.

          Assim, a SIBRA foi a primeira sede local da Frente Juvenil Sul-Americana, Chazit Hanoar Hadrom Americait, dedicada a congregar jovens numa organização judaica.

          Nas férias escolares de inverno de 1961, Sérgio Coster e Cláudio Wolff, que haviam ido à Argentina, e mais João Ernesto (Jonny) Heineberg, que passara um tempo em Israel, compareceram ao Seminário Nacional da Chazit, em Campos do Jordão, São Paulo, organizado pela CIP - Congregação Israelita Paulista. Era a primeira participação gaúcha numa atividade nacional.

          Outro seminário continental para Madrichim realizou-se em Teresópolis, Rio de Janeiro, no verão de 1962. Pela Chazit de Porto Alegre compareceram Gladis Wiener, Imi Rojewsky, Irene Herz, Renée Berg e Rose Goldshmitt. Integrando o corpo de dirigentes do seminário, estiveram José Blumenthal, de Porto Alegre, e Ruth Josefsohn, do Rio de Janeiro, que haviam freqüentado o programa de um ano do Curso de Formação de Monitores, Machon le Madrichim, em Israel.

          Em julho de 1962, coube ao nosso movimento, liderado por Jonny Heineberg, preparar o Seminário Nacional daquele ano. Transcorreu no Hotel Schoeller, em Linha Imperial, então distrito de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. Algumas dezenas de jovens, principalmente do Rio, São Paulo e de Porto Alegre, tiveram um caloroso encontro em meio às geadas de nossa terra.

          O Sheliach Moshé Amiran, natural do Chile, esteve em Porto Alegre em dezembro de 1962, reforçando o movimento através de atividades, principalmente junto aos Madrichim. Suas habilidades como mímico encantaram os jovens e a comunidade. Por esse motivo, foi repetido em maio de 1963.

          A contratação do dirigente juvenil Roberto Azar em 1968-69 e as visitas do estudante rabínico Maurício Pitchon, na primavera de 1968, mobilizaram a comunidade, mas pouco repercutiram sobre o movimento dos jovens. Em junho de 1969, houve importante reunião para harmonizar SIBRA e Chazit, para a qual vieram David Sztulman, de São Paulo, e Felix Sachsel, de Montevidéu. Sztulman alertou para o fato de que Azar não saíra dos quadros da juventude e Sachsel exortou a SIBRA a reconquistar os antigos Madrichim. Apesar de tais esforços, a Chazit como que hibernou.

          David Windholz, vindo de Israel para a instituição Unificada, de Porto Alegre, ao longo do ano de 1981 reuniu-se com os filhos adolescentes de sócios da SIBRA, como Adriana e Marcela Caspary, Silvana Thalheimer e Tânia Wolff. Algumas, naquele mesmo ano, assistiram ao Seminário Nacional da Chazit em Duque de Caixas, Estado do Rio.

          Entre dezembro de 1981 e fevereiro de 1982, essas quatro jovens, mais Suzane Silbert, também de Porto Alegre, fizeram parte do grupo que foi ao programa Tapuz (Colheita de Laranja), em Israel.

          Daniel Berlim, Eduardo Hess, Ilana Finkelstein, Isi Helale, Jorge Preger, Paulo Henkin, Paulo Roberto Schwartzmann, Ricardo Sondermann e Túlio Milman, entre outros, junto com as jovens vindas do Tapuz, restabeleceram a Chazit em nossa coletividade, no primeiro semestre de 1983.

          Presidindo a Mantenedora do Colégio Israelita Brasileiro, CIB, de 1982 a 1988, José Blumenthal proporcionou o acesso da Chazit à sede da escola, em suas atividades de sábados à tarde. Foi um fator decisivo de sucesso na reestruturação desse movimento juvenil, emprestando-lhe abrangência em relação a toda coletividade porto-alegrense. Nessa mesma época, Ernesto Thalheimer, através da firma Gethal S.A., constrói uma casa com algumas salas num dos pátios do CIB e põe-na à disposição para servir de sede da Chazit. O Madrich Túlio Milman edita o jornal Tachazit, promovendo o movimento juvenil através da divulgação de suas atividades.

          Mônica Bottner, conhecida como Mobó, do Rio de Janeiro, orientou o movimento entre 1985 e 1986. Nessa época, a Comissão de Juventude da SIBRA foi composta por três pessoas com idade em torno de 25 anos, há pouco saídos das atividades da Chazit: Tânia Wolff, Eduardo Hess e Ricardo Sondermann. Este último viria a ser o Presidente da SIBRA no biênio 1993-1994. Reuven Faingold, da Unificada, substituiu Mobó em 1987, seguido de Tammy Gewnewer em 1988-1989, Márcia Wolff em 1990 e Yael Paiuk no período 1991-1992.

          Márcia Wolff, filha, neta e bisneta de famílias ativas desde a fundação da SIBRA, que fizera o Tapuz em 1984 e que fora Madrichá por muitos anos, tornou-se Rosh Chinuch, a orientadora educacional da Chazit, em 1990, sempre com o forte apoio e trabalho de Dani Kappel, o Mazkir, responsável geral.

          André Wajnberg e Alexandro Hochman, de São Paulo, respectivamente, em 1993-1994 e 1995-1996, foram Peilim Mekomi, orientadores dos Madrichim, do movimento juvenil.

          Fernando Herz Wolff, na seqüência de suas irmãs Tânia, refundadora, e Márcia, Rosh Chinuch, foi membro do movimento de 1983 a 1997, inclusive como Mazkir. Assim se refere a André e Alexandro (Alê): "Eles foram muito mais que ativistas locais (Peil Mekomi),(...) a Chazit precisava de um profissional com dedicação exclusiva". "Como experiência pessoal, o melhor ano da minha vida", sublinha Fernando, referindo-se a sua participação no grupo formado por Dana Chmelnitsky, Débora Laub, Liane Blumenthal e Cláudio Goldztein no programa de um ano de vivências e estudos em Israel, em 1994, o Shnat. Fazia cerca de dez anos que ninguém da Chazit comparecia a esse programa. Os últimos tinham sido Túlio Milman e Eduardo Veisman. O trabalho persistente do Sheliach Moshé Reskin, em São Paulo, e a vinda de André Wajnberg, para trabalhar na Chazit de Porto Alegre, tornou o Shnat uma realidade para a participação de novos grupos de Porto Alegre.

          Sebastian Sclovsky (Coche), do Uruguai, e Rafael Bronz (Rafa), do Rio de Janeiro, foram os orientadores gerais em 1997-1998 e em 1999, respectivamente. Para o ano de 2000, ninguém de fora de Porto Alegre foi trazido para este trabalho.

          Daniel Lavinsky, que foi um dos líderes da Chazit por vários semestres e depois tornou-se dirigente do Setor de Educação do Conselho Juvenil Judaico de Porto Alegre, foi o primeiro peil de Porto Alegre a ocupar um tafkid (cargo) continental, como Rosh Chinuch Continental em 2001.

          Após um período passando por reestruturação, principalmente na parte educativa, a Chazit organizou uma forte campanha em 2002, "Chazit no topo", com o objetivo de reeguer nosso movimento e reconquistar um grande número de chanichim. Esse ano marcou o início de uma nova fase para a Chazit, com grande crescimento do sentimento judaico e tnuati, culminando com uma média superior a cem Chanichim por sábado e uma Machané lotada na Serra Gaúcha.

          Como o "topo" havia sido pouco aos propósitos a que haviamos nos lançado, criamos em 2003 um novo lema: "Chazit Sem Limites". Sobre seus resultados, basta salientar que hoje somos mais de trinta peilim e contamos com mais de 120 Chanichim por sábado, o que nos orgulha e engrandece cada vez mais nosso movimento.

            Em 2006, após um grande ano com o lema “Isso é viver”, teve sua maior machané da história, 148 chanichim compareceram a machané kaitz 2006.

            Em 2007, o programa Shnat Hachshará voltou a tornar-se popular entre os integrantes do movimento, o que auxiliou na nossa capacitação e consequentemente engrandeceu o nosso movimento, mandamos 11, era o maior até o momento. E tivemos um ano muito produtivo em Porto Alegre, com campanhas grandes, visando a sociedade em geral, como a campanha “Salve Darfur”.

            Em 2008, completamos 25 anos e realizamos uma grande messibá, uma grande festa reunindo diversas gerações de ativistas do movimento, amigos e familiares. Também batemos o recorde de número de Chanichim, chegando aos 204 durante as competições do Chodesh.

            Em 2010, novamente batemos o recorde de Chanichim no Shnat, chegando aos 15.

            Em 2012, com o inovador sábado de Iom HaHatzmaut, batemos também o recorde de chanichim num sábado, 255.


* extraído de BLUMENTHAL, Gladis. Em terras gaúchas. Texto de Cláudio Wolff. adaptação Felipe Heller.