DVARIM:  26:1 - 29:8

Resumo:

     Parashat Ki Tavo (Devarim 26:1 - 29:8) inicia descrevendo a mitsvá anual aos fazendeiros de Israel para que trouxessem seus bicurim, primeiros frutos, ao cohen no Templo, quando então o fazendeiro reconhece o importante papel de D’us na provisão de seu sustento.

    Após novamente exortar o povo judeu a permanecer fiel a D’us, que os elegeu especificamente como Seu povo escolhido dentre todas as nações do mundo, Moshê ensina duas mitsvot especiais que eles deverão cumprir ao entrar na Terra de Israel para reafirmar seu compromisso com a Torá. Primeiro deverão escrever toda a Torá em doze grandes pedras, e então deverão recitar bênçãos e maldições no vale entre Monte Gerizim e Monte Eival, as quais se aplicarão respectivamente àqueles que cumprem e àqueles que afrontam a Torá. Seguindo-se uma recontagem das maravilhosas bênçãos que D’us concederá ao povo judeu por permanecer fiel, Moshê faz uma assustadora profecia do que se abaterá sobre o povo judeu por não cumprir a Torá. Conhecido como admoestação, Moshê descreve com detalhes a horrível destruição que infelizmente acontecerá quando nos desviarmos das mitsvot.

    A Porção da Torá conclui quando Moshê contempla em retrospecto os maravilhosos milagres que D’us realizou pelos quarenta anos anteriores, lembrando o povo da enorme dívida de gratidão que tem com D’us por Seu carinhoso amor.

Mensagem:

Prisioneiro de guerra
   
por Kevin Rodbell

    Rabi Moshê Feinstein destaca este conceito em uma declaração intrigante que Moshê faz ao povo judeu na porção desta semana da Torá: "Vocês viram tudo que D’us fez perante seus olhos na terra do Egito…as grandes provas que seus olhos viram, aqueles sinais, e grandes maravilhas. Porém o Eterno não lhes deu um coração para conhecer as bondades de D’us, e e olhos para ver, e ouvidos para ouvir, até os dias de hoje" (Devarim 29:1-3).

    Os judeus reclamaram em dez ocasiões diferentes sobre as condições inóspitas do deserto no qual D’us os colocara, mas jamais reconheceram todos os grandes milagres que D’us realizou para eles no Egito e no deserto durante os quarenta anos. D’us provou constantemente Sua dedicação aos Filhos de Israel, mas eles sempre responderam com rebelião e dissensão. Finalmente, naquele dia, ao final de sua jornada pelo deserto, Moshê percebeu que os judeus eram definitivamente dedicados a D’us.

    Um acontecimento em particular alterou a opinião de Moshê sobre o povo judeu. No final de sua vida, Moshê copiou toda a Torá e tentou dar o rolo à família de Levi; eles, mais que qualquer outra tribo, deviam dedicar a vida a estudar e ensinar o precioso livro de D’us ao povo judeu. Rashi relata que o restante do povo judeu reuniu-se e disse a Moshê que eles também tinham estado presentes no Monte Sinai quando D’us outorgou a Torá. Eles afirmaram que presentear este rolo especial da Torá aos Levitas poderia algum dia fazê-los dizer que a Torá fora dada exclusivamente a eles.

    Rabi Moshê Feinstein explica que, na verdade, a família de levi jamais faria reivindicação tão audaciosa; é claro que a Torá completa, mesmo as leis especificamente aplicadas aos levitas, foram dadas a todo o povo judeu. Ao contrário, as outras tribos suspeitaram de algo mais sutil. Os não-levitas, que deviam passar longas horas no trabalho para ganhar o sustento, temiam que os levitas, que tinham a oportunidade de passar o dia inteiro mergulhados na Torá, exigiriam exclusividade nas áreas de ensinamento da Torá, e na resolução de complicados problemas da Lei Judaica. Os não-levitas desejavam assegurar um lugar para si mesmos entre os especialistas em Torá.

CHAZIT HANOAR

Chazit Hanoar

Porto Alegre

 PORTO ALEGRE