Shoftim:  16:18 - 21:9

Resumo:

    Shofetim trata primeiramente dos mandamentos a respeito da criação de um sistema de liderança na Terra de Israel, começando com a designação de cortes, juizes e oficiais em cada cidade. Após esboçar o processo de julgar um idólatra, a Torá ensina que a pena de morte deve ser imposta a qualquer erudito que pronunciar uma decisão contra o Grande Sanhedrin (Suprema Corte de 71 juizes) em Jerusalém, não importa o quanto sejam notáveis os eruditos envolvidos na disputa.

     O povo judeu recebe ordens de requisitar um rei assim que estiver instalado em Israel. São relacionados alguns dos presentes especiais que devem ser dados aos cohanim, sacerdotes.

    Após descrever a natureza da profecia, a Torá repete as leis do Ir Hamiklat, cidade de refúgio para assassinos acidentais, e descreve o caso judiciário especial de Edim Zomemim, testemunhas conspiratórias.

    A Torá então fala de vários aspectos da conduta da nação durante a guerra, dizendo-lhes para não temer os inimigos, e relacionando aquelas pessoas que estão isentas do serviço militar. Deve-se primeiro dar ao inimigo a oportunidade de paz, e o povo judeu deve ser cuidadoso para não destruir nenhuma árvore frutífera durante a batalha.

    A porção da Torá conclui com o caso do assassinato não resolvido e com o ritual da eglá arufá, a novilha decapitada, que serve como expiação para o povo das cidades vizinhas por não terem impedido o assassinato.

Mensagem:

A raposa e o peixe
por Rabi Daniel Cohen

    Um estudo demográfico das cidades de refúgio descritas na porção desta semana da Torá revela um elemento surpreendente na população. Poder-se-ia presumir que as cidades compreendiam somente os levitas que lá tinham residência permanente e alguns indivíduos que mataram acidentalmente e buscavam proteção de seus perseguidores. Entretanto, há um outro grupo – os rabinos. O Talmud (Tratado Makot) explica que qualquer indivíduo que fugisse para a cidade de refúgio deveria levar consigo seu rabino (não seu advogado, contador, ou médico). Analisando esta lei, podemos fazer uma avaliação mais profunda da primazia da Torá na vida de uma pessoa.

    Esta obrigação brota de um versículo: "Ele [o assassino acidental] deve fugir para uma das cidades e viver" (Devarim 19:4).

    Somente o sustento físico não permite que o assassino "viva". Apenas quando é completado com sustento espiritual (i.e., seu rabino) pode viver realmente. Um comentário não característico do Rambam apoia esta noção. Embora o estilo do Rambam em sua obra legal magna seja elucidar a lei judaica, ele acrescenta um comentário revelador ao articular o requerimento de trazer o rabino da pessoa à cidade de refúgio. Ele escreve que indivíduos sábios carentes de estudo e conhecimento de Torá são considerados carentes de vida. A Torá infunde vida.

    Uma história contada no Talmud sobre Rabi Akiva cristaliza a importância da Torá. Rabi Akiva viveu durante o período dos perseguidores romanos, que proibiam o estudo de Torá. Apesar da proibição, Rabi Akiva continuou seus estudos e foi capturado e sentenciado à morte pelos romanos. Quando inquirido por seus alunos por que assumira tal risco, contou-lhes a história da raposa e do peixe.

    Uma astuta raposa fez uma maravilhosa proposta ao peixe: "Venha para a terra, e ficará a salvo da rede do pescador!" O precavido peixe respondeu: "Vivendo na água, existe uma possibilidade de que eu possa viver, evitando a rede do pescador. Entretanto, na terra certamente morrerei."

    Sem as águas potentes da Torá, nós também não podemos sobreviver.

    Quando a pessoa deixar este mundo, uma das perguntas que D'us lhe fará é se reservou tempo para o estudo da Torá todos os dias (Talmud Tratado Sanhedrin 7a e Shabat 31a). A Torá não é meramente um guia legal para a vida. Estudando a Torá, aprofundamos nosso conhecimento das mitsvot e revigoramos nosso relacionamento com D'us.

CHAZIT HANOAR

Chazit Hanoar

Porto Alegre

 PORTO ALEGRE