MISHPATIM:  21:1 - 24:18

Resumo:

    Mishpatim, seguindo logo após os Dez Mandamentos, trata principalmente da Lei Civil. A justaposição do ritual com o mundano fornece uma percepção esclarecedora do Judaísmo. Vista pela perspectiva da Torá, não há distinção entre as atividades cerimoniais e mundanas da vida - ambas devem estar permeadas de santidade e ambas devem ser cumpridas por completo e com diligência.

    Incluídas entre as leis civis discutidas na Porção da Torá estão as leis relativas ao servo judeu e sua liberdade; penalidades por causar ferimentos corporais em outra pessoa e por danificar sua propriedade; leis relativas a vigilantes e tomadores de empréstimo; a mitsvá de mostrar sensibilidade ao pobre e de oferecer-lhe empréstimos sem juros; e leis relativas à concessão honesta de justiça.

    Após mencionar as mitsvot de Shabat e Shemitá, a porção continua com uma breve exposição das três festas de peregrinação: Pêssach, Sucot e Shavuot - e a renovada promessa de D'us de levar o povo judeu à Terra de Israel. A Torá então retorna à revelação no Monte Sinai. O povo judeu declara seu compromisso de fazer tudo aquilo que o Criador ordenar, e a porção conclui com Moshê subindo a montanha, onde permanecerá por quarenta dias e quarenta noites para receber o restante da Torá.

Mensagem:

    A Torá declara: "Quando vires o asno daquele que te aborrece vergado sob o peso da carga, deves abster-te de ajudá-lo, certamente auxiliá-lo-ás. (Shemot 23:5). O versículo aparentemente não faz sentido. Primeiro, a Torá parece ordenar : "deves abster-te de ajudá-lo," e então continua: "certamente auxiliá-lo-ás."

    Rashi resolve este enigma de forma elegante ao inserir um ponto de interrogação. Ele lê o versículo da seguinte forma: "Quando você vir o asno que pertence a seu inimigo vergado ao peso da carga, você se absteria de ajudá-lo? Certamente deve auxiliá-lo." (Nota: Em hebraico bíblico, os termos que significam "deve se abster" e "você se absterá" são um só e o mesmo, apenas distinguíveis pelo contexto).

    Parece, entretanto, que esta interpretação não é inteiramente satisfatória. O versículo não teria sido completo sem a pergunta no meio? A Torá, única em sua economia de palavras, poderia ter facilmente escrito: "Quando vires o asno que pertence a teu inimigo vergado sob a carga, certamente deves ajudá-lo!"

    Talvez a abordagem mais simples seja a que se segue. A Torá não está apenas nos ensinando uma lei, está nos ensinando uma atitude. A pergunta da Torá: "você se absteria de ajudá-lo?" está expressando a nós que embora a pessoa necessitada seja um adversário, deve-se não apenas ajudar a pessoa, como ter um sincero desejo de fazê-lo.

CHAZIT HANOAR

Chazit Hanoar

Porto Alegre

 PORTO ALEGRE